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O ATAQUE DO MAL E UM MANDAMENTO TAL




Na música “ Cavalo Ferro “, Fagner fala de uma passagem por Brasília, montado num “cavalo ferro”, que significa ele mesmo, o “cavalo ferro”, onde ferro vai significar a força, a resistência para tanto andar até Brasília. Nessa música, falando de uma passagem por Brasília ( “Planalto Central”) também confere um fato importante, relevante, que ocorre em um lugar em que também a ele confere importância, definindo-o como “onde se divide o bem e o mal” , e quando assim fala reitera a palavra “mal”, sentimentalmente , como que o tendo sofrido então. O que teria acontecido ?

Cavalo Ferro Fagner

Montado num cavalo ferro/Vivi campos verdes me enterro/Em terra/trópico- americanas/Trópico-americanas trópico- americanas/E no meio de tudo num lugar ainda mudo/Concreto cego, surdo e cego/Por dentro desse velho, desse velho/Desse velho mundo/Pulsando num segundo letal/No planalto central/Onde se divide, se divide, se decide/O bem e o mal, mal, mal, mal, mal/Vou mostrar o meu caminho de volta/Pode ser certo, pode ser direto/Caminho certo /sem perigo, sem perigo, sem perigo fatal  
 
Aqui, com Ednardo
 https://www.youtube.com/watch?v=nKWrTE nvFsI

 A viagem segue normal e não parece que nada demais pode alterar a paz de alguém a cruzar desertos por uma razão qualquer e com uma força e resistência que tão tenazmente demonstra. Porém algo há de acontecer que deverá levar o sonhador a um novo patamar, a uma descoberta nova e benfazeja a si. Já vimos que o Fagner nos relata sobre um lugar “onde se divide o bem e o mal” no Planalto Central, e quando fala nesse mal se demonstra “condoído”, como se tivesse sobremaneira sofrido esse mal e por isso, assim é que dele sabe. Na música “Upa Neguinho” vemos relatado um fato que acontece com alguém que caminha na estrada: a certa altura “começa a apanhar”, sofre uma agressão. Podemos disso deduzir que alguém agride o andarilho no seu caminho; isso pode ser o fato fundamental para ocorrer o fato principal de que tratamos aqui, ao qual já estamos evidenciando o “modus operandi” desse acontecimento : a aparição de Jesus a sorrir para alguém.

Upa Neguinho 
Elis Regina

Upa neguinho na estrada/Upa pra lá e pra cá/Vixi, que coisa mais linda/Upa neguinho começando a andar/Upa neguinho na estrada/Upa pra lá e pra cá/Vixi, que coisa
 mais linda/Upa neguinho começando a andar/Começando a andar, começando a andar/E já começa a apanhar//Cresce neguinho me abraça/Cresce me ensina a cantar/Eu vim de tanta desgraça mas muito eu te posso ensinar//Capoeira, posso ensinar/Ziquizira, posso tirar/Valentia, posso emprestar/Liberdade só posso esperar



O disco “ O Dia em Que a Terra Parou “ tem como imagem de capa um lugar desértico, ermo, ( pode não ter sido essa a intenção, mas é um deserto semelhante a um Serrado
) e a primeira música de Raul neste disco fala de uma tremenda agressão sofrida, ou seja, um ‘tapa na cara’ ‘que levou de“Odara’; segundo Raul, por ele estar “odara” , quer dizer, numa boa, feliz, cabeludo, hippie, etc. , o que outros podem entender até por ‘tirando onda em terras alheias’,talvez mesmo por uma questão xenófoba , ou qualquer outro preconceito, ou por uma questão atávica, ele pode ter sido covardemente agredido por algum racalcado de lá, possivelmente.  Assim, até aqui, temos que o viandante pode sofrer a certa altura uma agressão, e essa agressão pode ser um tapa na cara. A capa do disco evidenciando o deserto vai especificar que o tapa na cara de que aqui ele fala é o tapa tal sofrido na viagem, longe. Não outro tapa que possa ter levado de alguém em outro lugar, outra ocasião, outro contexto;em porta de bar ou em briga de rua, em sua cidade, por exemplo.


 
Tapanacara
Raul Seixas

Urucubaca, mandinga/Ataca, mexe e me xinga/Esquenta e racha a moringa/Até que o leite azedou/Bochecha inchada na raça/Araçá, coentro e cachaça/O berimbau tem cabaça/E um som que é "deep in my soul"/Randolph Scott que era um cowboy retado/Tipo touro sentado/Mugiu e levantou/O tapa na cara que eu levei de odara/Odara, menina/Que era filha de Nara/Que era neta, prima-dona de Raul/Menino danado/Lá, si, dó rebocado/Procure que você vai entender  

Recapitulando, passando em cenas como em filme, temos alguém que sai a pé de sua cidade e após cruzar um deserto, chegando à sua cidade destino, resolve pegar outra estrada, passar outro deserto, e a certa altura sofre uma agressão; “começa a apanhar” ; ’leva um tapa na cara’. O contextuado tem a força dada pela graça de Deus e pode ter uma relação de respeito, de consideração e bom aspecto com Jesus na conta do certo; observar enfim seus mandamentos. Isso confere à viagem um certo ar de ( fé , religiosidade ) o ditado diz que “quem tem fé vai a pé”. Assim , o que vai a pé pela estrada é alguém que pode ter forte aspecto formado com Jesus. E aquele que tem Jesus na conta do certo, pesa seus mandamentos, e, nessa situação, passa pelo crivo do talvez mais difícil mandamento de Jesus para esse caso( o de levar um tapa na cara ) , ou seja, ‘oferecer a outra face’. Será que o andarilho agredido com um tapa na cara, oferece a outra face, segundo se orienta no mandamento cristão ? Na música “Bala com Bala”, João Bosco nos fala desse dilema, dessa difícil decisão, desse difícil mandamento quando diz: “o quanto custa dar a outra face “ .

Bala Com Bala 
João Bosco

A sala cala e o jornal prepara quem está na sala/Com pipoca e com bala e o urubu sai voando, manso//O tempo corre e o suor escorre, vem alguém de porre/Há um corre- corre, e o mocinho chegando, dando/Eu esqueço sempre nesta hora , linda, loura/Minha velha fuga em todo impasse/Eu esqueço sempre nesta hora , linda loura/Quanto me custa dar a outra face//O tapa estala no balacobaco e é bala com bala/E fala com fala e o galã se espalhando, dando//No rala-rala quando acaba a bala é faca com faca/É rapa com rapa e eu me realizando, bambo/Quando a luz acende é uma tristeza (trapo, presa),/Minha coragem muda em cansaço./Toda fita em série que se preza (dizem, reza)/Acaba sempre no melhor pedaço. https://www.youtube.com/watch?v=dPg54gO BFZI

De fato é um mandamento muito custa da pessoa seguir, né ? Vejamos aqui um exemplo de negativa de cumprir esse mandamento. O Gonzaguinha em seu “Recado” , vai logo afirmando: “se me der um tapa eu brigo”, logo, nota-se que não é do tipo que ‘oferece a outra face’.

Recado
 Gonzaguinha

Se me der um beijo eu gosto/Se me der um tapa eu brigo/Se me der um grito não calo/Se mandar calar mais eu falo/Mas se me der a mão/Claro, aperto/Se for franco/Direto e aberto/Tô contigo amigo e não abro/Vamos ver o diabo de perto/Mas preste bem atenção, seu moço/Não engulo a fruta e o caroço/Minha vida é tutano, é osso/Liberdade virou prisão/Se é amor deu e recebeu/Se é suor só o meu e o teu/Verbo eu, pra mim já morreu/Quem mandava em mim nem nasceu//É viver e aprender/Vá viver e entender, malandro/Vai compreender/Vá tratar de viver/Viver e aprender/Vá viver e entender, malandro/Vai compreender/Vá tratar de viver//E se tentar me tolher é igual/Ao fulano de tal que taí/Se é pra ir vamos juntos/Se não é já não tô nem aqui  


Mas no que há o relato de ‘tapa na cara’ e de não atender o mandamento do Cristo, também há sim relatos de oferta da “outra face”; um difícil mandamento de Jesus, que a pessoa que se encontra de repente, espantosamente, assustadoramente nessa situação vai se sentir instado a cumprir. Na música “ Fogueira”, Ângela Rô Rô nos fala em oferecer a outra face : “ quero ofertar a minha outra face” , se referindo ao mandamento do Mestre.

Fogueira Angela 
Rô Rô
  
Por que queimar minha fogueira/E destruir a companheira ?/Por que sangrar do meu amor assim?/Não penses ter a vida inteira/Para esconder teu coração/Mas breve que o tempo passa/Vem de galope o meu perdão//Porque temer a minha fêmea/Se a possuis como ninguém/A cada bem do mal do amor em mim ?/Não penses ter a vida inteira/Para roubar meu coração/Cada vez é a primeira/Do teu também serás ladrão//Deixa eu cantar/Aquela velha história, o amor/Deixa eu penar, a liberdade está na dor//Eu vivo a vida a vida inteira/A descobrir o que é o amor/Leve pulsar do sol a me queimar/Não penso ter a vida inteira/Pra guiar meu coração/Eu sei que a vida é passageira/E o amor que eu tenho não!/Quero ofertar A minha outra face à dor/Deixa eu sonhar/com a tua outra face, amor
https://www.youtube.com/watch?time_contin ue=4&v=DYGNFhr1U5I

Ney Matogrosso, na música “ Mal Necessário”, também afirma a oferta da outra face.

Mal Necessário 
Ney Matogrosso

Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher/Sou a mesa e as cadeiras desse cabaré/Sou o seu amor profundo /sou o seu lugar no mundo//Sou a febre que lhe queima mas você não deixa/Sou a sua voz que grita mas você não aceita/O ouvido que lhe escuta /quando as vozes se ocultam/Nos bares, nas camas /nos lares, na lama.//Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo/O que sempre esteve vivo, mas nem sempre atento/O que nunca lhe fez falta, o que lhe atormenta e mata//Sou o certo, sou o
 errado, sou o que divide/O que não tem duas partes, na verdade existe/Oferece a outra face/mas não esquece o que lhe fazem/Nos bares, na lama nos lares, na cama//Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo/O que sempre esteve vivo/Sou o certo, sou o errado, sou o que divide/O que não tem duas partes, na verdade existe/E não esquece o que lhe fazem/Nos bares, na lama/nos lares, na cama/Na cama, na cama, na cama https://www.youtube.com/watch?v=Hpvna0M dVac

Na música “Jesus to a Child” ( “Jesus para uma criança” ), George Michael começa falando assim na música em que ele fala diretamente para Jesus : “Kindness in your eyes /I guess you heard me cry/You smiled at me/Like Jesus to a child “ (Doçura em seus olhos/Eu acho que você me ouviu chorar/Você sorriu para mim/Como Jesus para uma criança), querendo significar na mensagem que Jesus o percebeu através do choro. Podemos assim subentender que após o evento ( o recebimento do tapa e o oferecimento da outra face ) o assim contextuado se põe a chorar um choro bem raro e específico nesse caso, e ao qual Jesus reconhece como o choro de alguém que lhe obedeceu tão caro mandamento. Aqui não se está necessariamente afirmando que uma outra agressão, um outro tapa, na outra face aconteceu. Oferecer a outra face é um ato de alma , de consciência, uma decisão do espírito. Ao voltar para oferecer a outra face o agredido pode até nem mais ter encontrado o agressor , ou o agressor pode não ter mais querido agredir-lhe outra vez, mas em si a outra face foi oferecida de toda forma. Oferecer a outra face é um ato de consciência que se basta por si ; confere o ato de obediência ao difícil mandamento.
Porém, certamente no choro se vai a mensagem do ocorrido e Jesus capta e se mostra em sorriso de contentamento, mas que pode ter significado mais profundo esse sorriso, como por exemplo, transmitir tranqüilidade, felicidade e saúde, que através de rir o organismo mais se protege, segundo estudos científicos. Também não significa que a aparição vai se dar logo em seguida. Essa aparição funciona como um insight espiritual que faz ver a vida mais brilhante, paradisíaca em suas cores e o sorriso insufla na alma uma alegria própria, genuína. Dani Black, na música “Maior”, fala ‘desse choro que não sabia que valia ouro.’ Deve comungar com a mesma ideia de George Michel, e diz que esse choro “valia ouro” , pelo que, por esse choro Jesus lhe chegou benfazejamente.

Maior
Dani Black e Milton Nascimento

Eu sou maior do que era antes/Estou melhor do que era ontem/Eu sou filho do mistério e do silêncio/Somente o tempo vai me revelar quem sou/As cores mudam/As mudas crescem/Quando se desnudam/Quando não se esquecem/Daquelas dores que deixamos para trás/Sem saber que aquele choro valia ouro/Estamos existindo entre mistérios e silêncios/Evoluindo a cada lua a cada sol/Se era certo ou se errei/Se sou súdito se sou rei/Somente atento à voz do tempo saberei  

Benito Di Paula, na música “Bandeira do Meu Samba”, fala de enfrentar o mundo e chorar. Certamente que também seguiu a trajetória e viveu todo esse acontecimento.

Bandeira do Samba 
Benito Di Paula

Ah! Eu chorei/Quando saí lá de casa/ Enfrentei o mundo, eu chorei/Ah! Só eu sei/Que pra chegar onde estou eu confesso lutei,/ Eu lutei/Desenganos/Foram pra mais de mil/Indiferenças, só /Deus sabe quem viu/Mas valeu a pena eu sofrer e lutar/Levando a bandeira do samba/Peço a Deus pra me ajudar/Ah! Eu chorei/Quando saí lá de casa/Enfrentei o mundo, eu chorei/ Ah! Só eu sei/Que pra chegar onde estou eu confesso lutei/eu lutei/Desenganos/ Foram pra mais de mil/Indiferenças/ só Deus sabe quem viu/Mas valeu a pena eu sofrer e lutar/ Levando a bandeira do samba/Peço a Deus pra me ajudar

  Uma música que bem relata esse evento específico em todo o contexto que o envolve é “Napalm”, termo que Zé Ramalho usa, não no sentido da arma mortal de guerra, mas de palma da mão, da palma da mão que dá o tapa na cara do viajante aventureiro. Zé usa o termo “Napalm”, significando o tapa na cara num modo análogo ao uso de Gil de “Bonsucesso” como significando ‘Bom Sucesso’. Vamos nos deter aqui mais um pouco na análise da letra de “Napalm” e perceber como ela sobremaneira abrange tudo o que vimos até aqui. Vimos que uma grande adversidade sobre alguém se abate, lhe gera tristeza enfim; essa pessoa pensa na saída pela estrada buscar seu sonho e para tal ir à pé , pois quem tem fé vai à pé; essa pessoa sabe que pode bem andar sem cansar facilmente pois já teve a graça de Deus, a fé, que dá também a força, como vimos páginas atrás. Talvez ainda assim, antes da viagem , pensando, ponderando, pois não é nada fácil se decidir por uma viagem assim , embora seja o que resta a fazer se quiser encontrar a alegria perdida pelo vendaval, ventania que sobre si se abateu e o fez perdido. Pode ser então que essa pessoa ainda se sinta receosa de empreender tal viagem de andarilho pela estrada cruzando desertos; alguém pode lhe querer matar ou sequestrar; um veículo pode lhe atropelar, um enxame de abelhas africanas pode lhe atacar; um boi pode fugir de alguma porteira e lhe atacar mortalmente
; e chuva ? Onde vai passar a chuva ? Tomar
 chuva bem lhe pode adoecer; ainda mais chuva à noite. E como se protegerá do frio ? E dormir ? Quando bater o sono, como vai dormir ? Onde irá dormir , estando caminhando a ermo pelas estradas ? Enfim,
o contextuado aqui imagina, receoso dessa incursão os tantos problemas que podem lhe acontecer nessa empreitada, porém ele tem um sonho, e por tudo o que passou e algo mais, tem uma tristeza também e certamente pode ponderar se teria realmente um motivo mais forte que valha à pena sair nessa caminhada até outra cidade distante onde possa recomeçar seu objetivo sonhado. Daí é que o Zé diz, cantando para a pessoa em tal situação, “ vou lhe passar um motivo / que te faça como fez em mim / a nossa alegria, alegria” ( Note como “Alegria, Alegria” lembra o título da música de Caetano ). Zé nos fala nessa música que a pessoa triste, tornada triste por más vicissitudes na sua vida pode, saindo ao mundo encontrar a “sorte” a “alegria” , que no caso é encontrando Jesus ( “a boa e forte imagem que chega” ), razão de felicidade e alegria verdadeira. Porém, encontrar Jesus não é assim simples; há de acontecer tal provação ( o “Napalm” acertar-lhe e ainda deve seguir se difícil mandamento de oferecer a outra face ao agressor. Note que o Zé nos fala logo em sequência à ideia do ‘Napalm acertar’, a ideia de se “esbarrar numa esquina com a sorte” ( ‘sorte’ é um termo também usado para se referir a Jesus nesse caso ).
Mas não basta que apenas um “Napalm”
 acerte alguém; esse alguém também deve seguir o difícil mandamento de oferecer a outra face ( ainda que seja só um ato de consciência ) ;depois deverá vir o choro sentido do peregrino que assim se comportou nesse momento tão difícil.
Certamente que pode haver casos em que o acertado pelo “napalm” não ofereça a outra face, por medo ou insuficiência de fé; o choro dessa pessoa pelo que lhe ocorreu pode até vir também em seguida, mas não será nunca como o choro daquele que nesse contexto ofereceu a outra face e teve assim a presença benfazeja de Jesus e reconquistou assim a sua alegria, mas bem mais do que tinha antes, pois est alegria é de alma, sábia e consciente, Assim acontece com muitos desses contextualizados assim ; assim aconteceu com Zé ( “como fez em mim” ) , e isso inspirou o Zé a fazer essa música transmitindo essa mensagem de incentivo ao infelicitado para reencontrar a felicidade; o motivo

Napalm
Zé Ramalho

Vou te passar um motivo/Que te faça como fez em mim/A nossa alegria, alegria/O grande sopro que veio/Pelo mel de todos os segredos/Pelo som de todos os brinquedos/Um canto leve que leve a gente/Para outro lugar transparente/Que em tudo reluz/A boa e forte imagem que chega//Nesses dias que temos pela frente/A qualquer hora um napalm pode lhe acertar/E você pode esbarrar numa esquina com a sorte/Que lhe procura desde que você aqui nasceu/E você pode procurar o planeta inteiro por ela, a sorte/E não encontrá-la/Ela pode estar lhe/procurando em marte ,ou em saturno/E não sabe que você está aqui na terra/Portanto quero ir para vênus/Ou mesmo quem sabe me plantar/Enraizar meus pés no brejo do cruz/Lugar cercado de luz/Lugar cercado de luz/No Brejo do Cruz. https://www.youtube.com/watch?v=J_2JjR0jj 0k

Antônio Marcos é um dos artistas de letras de relato de encontro com Jesus. Talvez essa passagem específica o inspirou dizer nessa música: “vamos seguir com fé/Tudo que ensinou/O Homem de Nazareth”

O Homem de Nazareth 
Antônio Marcos

Mil novecentos e setenta e três/Tanto tempo faz que ele morreu/O mundo se modificou/Mas ninguém jamais o esqueceu/E eu/ sou ligado no que Ele falou/Sou parado no que Ele deixou/O mundo só será feliz/Se a gente cultivar o amor/Hey irmão/vamos seguir com fé/Tudo que ensinou/O Homem de Nazareth//Reis e rainhas que esse mundo viu/Todo o povo sempre dirigiu/Caminhando em busca de uma luz/Sob o símbolo de sua cruz/E eu, sou ligado no que Ele falou/Sou parado no que Ele deixou/O mundo só será feliz/Se a gente cultivar o amor/Hey irmão, vamos seguir com fé/Tudo que ensinou/O Homem de Nazareth//Ele era um Rei/Mas foi humilde o tempo inteiro/Ele foi filho de carpinteiro/E nasceu em uma manjedoura/Não saiu jamais/Muito longe de sua cidade/Não cursou nenhuma faculdade/Mas na vida Ele foi doutor/Ele modificou o mundo inteiro/Ele modificou o mundo inteiro/Ele modificou o mundo inteiro/Ele revolucionou o mundo inteiro/ Hey irmão, vamos seguir com fé/Tudo que ensinou/O Homem de Nazareth

Falando enfim de Raul Seixas, de Belchior, a princípio podemos identificá-los como artistas que não expressam textualmente que tiveram tal encontro, tal visão ( talvez se necessite de estudo mais apurado sobre ambos, pois podem também não fazerem disso algo de maior importância no trato das idéias, do que sentem necessidade mais premente de expressar ), mas parecem falar do fato de uma forma ou de outra. Parecem a princípio, que são artistas que não cumpriram o mandamento do mestre, mas que após, sabendo do que lhes poderia ter acontecido se seguissssem o mandamento, abarcaram isso, o aparecimento de Jesus para outros, como um fator positivo, e que ficaram satisfeitos de saber, ou em outras o palavras, mesmo não tendo seguido o mestre não em si o rejeitam de todo ! Se mantém em si algo cristão. E na confecção de suas letras abarcam o fato de certa forma
, ainda que o fato não tenha acontecido consigo diretamente.
Em “As Minas do Rei Salomão” Raul Seixas canta “Entre, vem correndo para mim/Meu princípio já chegou ao fim/E o que me resta agora é o seu amor”. É algo bem a contento para Jesus, mas que ele pode está assim a falar a Jesus, por saber da sua existência, sem no entanto significar que fala do encontro, ou que teve o encontro. Assim se pode talvez entender Raul e algumas suas letras nesse contexto :

As Minas do Rei Salomão 
Raul Seixas

Entre, vem correndo para mim/Meu princípio já chegou ao fim/E o que me resta agora é o seu amor/Traga a sua bola de cristal/E aquele incenso do Nepal/Que você transou num camelô/E me empresta o seu colar/Que um dia eu fui buscar/Na tumba de um sábio faraó/E me empresta o seu colar/Que um dia eu fui buscar/Na tumba de um sábio faraó/Veja quanto livro na estante!/"Don Quixote", "O Cavaleiro Andante"/Luta a vida inteira contra o rei/Joga as cartas, lê a minha sorte/Tanto faz a vida como a morte/O pior de tudo eu já passei//Do passado me esqueci/No presente me perdi/Se chamarem, diga que eu saí https://www.youtube.com/watch?v=2fP8kAD SOxs

  https://www.youtube.com/watch?v=Hx0da8h 4wso

https://www.youtube.com/watch?v=8acMAu8 wp3w

https://www.youtube.com/watch?v=Om_f89_ TljQ


Em Água Viva, fica patente esse algo de que discorremos aqui: “Eu conheço bem a fonte/Que desce daquele monte/Ainda que seja de noite/Nessa fonte tá escondida/O segredo dessa vida/Ainda que seja de noite”. Mas pode ser que ele simplesmente saiba da fonte , mas não tenha sido banhada por ela.

Água Viva 
Raul Seixas

Eu conheço bem a fonte/Que desce daquele monte/Ainda que seja de noite/Nessa fonte tá escondida/O segredo dessa vida/Ainda que seja de noite//Êta fonte mais estranha/Que desce pela montanha/Ainda que seja de noite//Sei que não podia ser mais bela/Que os céus e a terra bebem dela/Ainda que seja de noite//Sei que são caudalosas as correntes/Que regam céus, infernos, regam gentes/Ainda que seja de noite//Aqui se está chamando as criaturas/Que desta água se fartam mesmo às escuras/Ainda que seja de noite/Ainda que seja de noite/Eu conheço bem a fonte/Que desce daquele monte/Ainda que seja de noite/Porque ainda é de noite/No dia claro dessa noite/Porque ainda é de noite/No dia claro dessa noite 

Em “O Homem” Raul Seixas canta: “Quero estar vivo para ver/O sol nascer, o sol nascer, o sol nascer/ o sol nasceu “;esse “sol” bem pode estar a significar por Raul o fato que apontamos aqui . Também quando diz “vou subir /pelo elevador dos fundos, que carrega o mundo sem sequer sentir” , também pode estar se reportando ao fato.

O Homem 
Raul Seixas

"No momento em que eu ia partir, eu resolvi voltar"/(vou voltar)/Sei que não chegou a hora de se ir embora, é melhor ficar.../(vou ficar)/sei que tem gente cantando, tem gente esperando a hora de chegar.../(vou chegar)/Chego com as águas turvas, eu fiz tantas curvas pra poder cantar...//Esse meu canto que não presta/Que tanta gente então detesta/ Mas isso é tudo o que me resta/ Nessa festa, nessa festa...//Eu.../ (vou ferver)/Como que um vulcão em chamas, como a tua cama que me faz tremer...// (vou tremer)/Como um chão de terremotos, como amor remoto que eu não sei viver...//(vou viver)/Vou poder contar meus filhos, caminhar nos trilhos, isso é pra valer...//Pois se uma estrela há de brilhar/Outra então tem que se apagar/Quero estar vivo para ver/O sol nascer, o sol nascer, o sol nascer.../ Eu.../(vou subir)/Pelo elevador dos fundos, que carrega o mundo sem sequer sentir.../(vou sentir)/Que a minha dor no peito, que eu escondi direito agora vai surgir.../(vou surgir)/Numa  tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir/Em que eu vou seguir/em que eu vou seguir... https://www.youtube.com/watch?v=iW1hx5Q BAwM



Em “Novo Aeon” , Raul começa dizendo que “O sol da noite agora está nascendo/ Alguma coisa está acontecendo/Não dá no rádio e nem está/ Nas bancas de jornais”.
Isso também pode estar relacionado ao acontecimento que ressaltamos aqui.

Novo Aeon 
Raul Seixas

 O sol da noite agora está nascendo/Alguma coisa está acontecendo/Não dá no rádio e nem está/Nas bancas de jornais/Em cada dia ou qualquer lugar/Um larga a fábrica e o outro sai do lar/E até as mulheres, ditas escravas/Já não querem servir mais//Ao som da flauta da mãe serpente/No para-inferno de Adão na gente/Dança o bebê/Uma dança bem diferente//O vento voa e varre as velhas ruas/Capim silvestre racha as pedras nuas/Encobre asfaltos que guardavam/Histórias terríveis//Já não há mais culpado, nem inocente/Cada pessoa ou coisa é diferente/Já que assim, baseado em que/Você pune quem não é você?//Ao som da flauta da mãe serpente/No para-inferno de Adão na gente/Dança o bebê/Uma dança bem diferente//Querer o meu não é roubar o seu/Pois o que eu quero é só função de eu/Sociedade alternativa, sociedade novo aeon/É um sapato em cada pé/É direito de ser ateu ou de ter fé//Ter prato entupido de comida que você mais gosta/Ser carregado, ou carregar gente nas costas/Direito de ter riso e de prazer/E até direito de deixar Jesus sofrer https://www.youtube.com/watch?v=tbRrpJNi tgU

Em “Cachorro Urubu” , Raul Seixas Raul fala para alguém que algo só vai dar certo se esse alguém ficar perto. Isso pode ser uma mensagem para Jesus, como um apelo, no que ele sabe que Jesus está presente no astral.

Cachorro Urubu 
Raul Seixas

Baby, essa estrada é comprida/Ela não tem saída/É hora de acordar/Pra ver o galo cantar/Pro mundo inteiro escutar/Baby a estória é a mesma/ Aprendi na quaresma/Depois do carnaval/A carne é algo mortal/Com multa de avançar sinal/Todo jornal que eu leio/Me diz que a gente já era/Que já não é mais primavera/Oh baby, oh ba...by/A gente ainda nem começou/ Baby o que houve na trança/Vai mudar nossa dança/Sempre a mesma batalha/ Por um cigarro de palha/Navio de cruzar deserto/Todo jornal que eu leio/Me diz que a gente já era/Que já não é mais primavera/Oh, baby, oh baby/A gente ainda nem começou/Baby isso só vai dar certo/Se você ficar perto/Eu sou índio Sioux/Eu sou cachorro urubu/Em guerra com ZÉ U!  

Em “Divina Comédia Humana”, Belchior começa dizendo que “estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol / Quando você entrou em mim como um Sol no quintal “. Isso bem pode estar a representar o fato da aparição. Poré4m pode estar falando por saber ver nas entrelinhas e assim à sua forma esse ‘esse Sol entrou em seu quintal:

Divina Comédia Humana 
Belchior

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol/Quando você entrou em mim como um Sol no quintal/Aí um analista amigo meu disse que desse jeito/Não vou ser feliz direito/Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual/Aí um analista amigo meu disse que desse jeito/Não vou viver satisfeito/Porque o amor é uma coisa mais profunda que um transa sensual/Deixando a profundidade de lado/Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia/Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia/Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno/Viver a divina comédia humana onde nada é eterno/Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso/Eu vos direi no entanto/Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não/Eu canto  


Em “Sujeito de Sorte”, Belchior afirma sua fé em Deus, afirma ainda que anda de seu lado e que é brasileiro. Também pode essas suas afirmações por contato que teve com a aparição, porém pode estar falando apenas da graça que tem de Deus ao tirar-lhe da força e lhe conferindo a força, assim : “me sinto são e salvo e forte”

Sujeito de Sorte 
Belchior

Presentemente eu posso me / considerar um sujeito de sorte/Porque apesar de muito moço /me sinto são e salvo e forte/E tenho comigo pensado /Deus é brasileiro e anda do meu lado/E assim já não posso sofrer /no ano passado/Tenho sangrado demais/ tenho chorado pra cachorro/Ano passado eu morri/ mas esse ano eu não morro/Ano passado eu morri /mas esse ano eu não morro/Ano passado eu morri/ mas esse ano eu não morro https://www.youtube.com/watch?time_contin ue=22&v=IICn0oM52zE

Porém quando vemos uma mensagem tal como em “Como o Diabo Gosta” , em que Belchior nos diz que “a única forma que pode ser norma é nenhuma regra ter / é nunca fazer nada que o mestre mandar/ Sempre desobedecer/ Nunca reverenciar” , então ficamos fortemente inclinados a concluir que não há aparição em Belchior, bem como em Raul, e que apenas abarcam o fato de uma ou outra forma o trato de algumas letras, por saber da existência do fato por outros, mas sem no entanto ter sido objeto do fato.

Como o Diabo Gosta 
Belchior

Não quero regra nem nada/Tudo tá como o diabo gosta, tá/Já tenho este peso, que me fere as costas/e não vou, eu mesmo, atar minha mão//O que transforma o velho no novo/bendito fruto do povo será/E a única forma que pode ser norma é nenhuma regra ter / é nunca fazer nada que o mestre mandar/Sempre desobedecer/Nunca reverenciar


Temos evidências suficientes para crer que tanto em Zé, quanto em Raul como em Belchior, o Cristo lhes aparece pelas entrelinhas das mensagens dos que tiveram de fato a visão, sendo que em Zé essa visão é convictamente abraçada como real , como ocorrência de fato.

Lenine em seu som “Martelo Bigorna” também afirma não oferecer a face: “Tanto choro e pranto/A vida dando na cara/Não ofereço a face nem sorriso amarelo”

Martelo Bigorna 
Lenine

Muito do que eu faço/Não penso, me lanço sem compromisso./Vou no meu compasso/Danço, não canso a ninguém cobiço./Tudo o que eu te peço/É por tudo que fiz e sei que mereço/Posso, e te confesso./Você não sabe da missa um terço//Tanto choro e pranto/A vida dando na cara/Não ofereço a face nem sorriso amarelo/Dentro do meu peito uma vontade bigorna/Um desejo martelo//Tanto desencanto/A vida não te perdoa/Tendo tudo contra e nada me transtorna/Dentro do meu peito um desejo martelo/Uma vontade bigorna//Vou certo/De estar no caminho/Desperto.  


 Mas é interessante notar na letra acima que Lenine nos informa não oferecer a face, ou seja , pode querer significar que não deu razão para ser agredido. Porém , sobre a outra face aqui não está definido. Agora veja como Lenine se refere à visão que aqui afirmamos:


Em “Miragem do Porto” , Lenine nos canta: “Ê lá no mar/Eu vi uma maravilha./Vi o rosto de uma ilha/Numa noite de luar/ Êta luar/Lumiou meu navio,/Quem vai lá no mar bravio/Não sabe o que vai achar/

Miragem do Porto 
Lenine


Eu sou aquele navio/no mar sem rumo e sem dono./Tenho a miragem do porto/pra reconfortar meu sono,/e flutuar sobre as águas/da maré do abandono//Ê lá no mar/Eu vi uma maravilha./Vi o rosto de uma ilha/Numa noite de luar/ Êta luar/Lumiou meu navio,/Quem vai lá no mar bravio/Não sabe o que vai achar/E sou a ilha deserta/ Onde ninguém quer chegar./Lendo a rota das estrelas,/na imensidão do mar/ chorando por um navio/ai, ai, ui, ui/Que passou sem lhe avistar. http://www.youtube.com/watch?v=uCy9HEut X8Q


Em “Beleza”, Fagner afirma “que vagar sem remissão é também parte da questão”, quer dizer, a pessoa pode vagar , vagar e não ter a remissão, por não ter tido o contato com Jesus, por não ter chorado o choro da outra face. Seja porque não seguiu o Mestre após atacado pelo Mal, ou mesmo por não ter sofrido o ataque ( há pessoas que vivem anos e anos nas estradas; não lhe ocorrem um fato maior e decisivo eu ponham um termo final á viagem. O Fagner ainda nos fala em “Beleza” de uma certa “tristeza” e “rancor” no trato da lida, pois não teve a alma adocicada pela presença mágica, certamente. Então prevalece ainda na alma da pessoa a mágoa.

Beleza 
Fagner

 Beleza só se tem quando se acende a lamparina/Iluminando a alma se entende a própria sina/E quando se vê o arame que amarra toda gente/Pendendo das estacas sob um sol indiferente/Beleza só depois de uma sangria desatada/Aberta na ferida dos perigos do amor/E quando se afasta /a sombra triste do remorso/Que faz olhar pra dentro /para enfrentar a dor/Repara este silêncio que se/estende da janela/Repassa o teu passado e como o/lixo que ele encerra Vagar sem remissão é também/parte da questão/Juntar estas migalhas para
refazer o pão/Não é da natureza que ele surge confeitado/Mas é desta tristeza, deste adubo de rancor/Beleza é o temporal que suja e corta uma visão/E esmaga qualquer sonho com um Grito de pavor. 


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